
Imagine abrir uma embalagem de picolé e se deparar com uma barata? Foi exatamente o que aconteceu com uma consumidora no Rio de Janeiro, no começo do mês de março. Após o registro feito pela banhista na praia do Recreio dos Bandeirantes, a Secretaria de Defesa do Consumidor e o Procon encontraram mais irregularidades e a fábrica da Doce Verão foi fechada. Sabendo que ninguém está imune de passar por isso, o Portal MASSA! ‘brotou’ no Porto da Barra para saber como banhistas e vendedores tentam evitar os alimentos contaminados.
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Para Brina Vanessa, que mora na cidade de Licínio Almeida, no interior da Bahia, e estava aproveitando o finalzinho do verão em Salvador, é essencial que o vendedor esteja com as roupas limpas e o isopor em bom estado. “É importante. Eu morro de medo de infecção intestinal então assim eu sempre fico atenta aos mínimos detalhes, seja do picolé, seja da comida ou bebida”, destaca a jovem.

“Tem aquele ditado de não julgar o livro pela capa, mas quando se fala de comida a gente tem que ficar atento”, acrescenta Brina.
Quem também não come qualquer 'onda' na rua é Beatriz Soares, irmã de Brina:
A gente sempre procura apoiar quem está iniciando, porém, com cuidado. É como ela falou, a saúde da gente vem em primeiro lugar, então a gente vai priorizando pela estética, por aqui que a gente já conhece. A gente vai observando quem já comprou, o que achou, e por aí vai

Além de saber da opinião dos consumidores, a reportagem também trocou ideia com quem vende o produto. Para o vendedor de picolé Diego Santana, que preferiu não mostrar o rosto, andar alinhado é o começo para passar credibilidade para os clientes. Ele também ressaltou que trabalhar com marcas que já têm um bom posicionamento no mercado faz diferença.
“É uma marca que o pessoal já conhece, que se sobressai aqui no Porto da Barra”, explica o ambulante, que estava trabalhando com picolé da Capelinha.

Fique esperto com a contaminação
De início, ao se deparar com um alimento contaminado, o consumidor deve acionar a Vigilância Sanitária, por meio do e-mail institucional: visa.alimentos@salvador.ba.gov.br ou no telefone 156.
“A Vigilância Sanitária, através das ações de fiscalização nos estabelecimentos, verifica os pontos críticos de controle como transporte, armazenamento, acondicionamento adequado dos produtos, além de toda produção que deve obedecer as regras sanitárias previstas em lei para cada serviço de forma a garantir que os requisitos de saúde, segurança e higiene sejam cumpridos", explica a subcoordenadora de Alimentos da Vigilância Sanitária de Salvador, Gilmara Sodré.
Nos casos em que são identificadas irregularidades, "medidas administrativas pertinentes são adotadas”.
Procon
De acordo com o superintendente do Procon-BA, Tiago Venancio, os consumidores podem e devem comunicar o fato imediatamente ao órgão, para que o fornecedor seja fiscalizado e se ajuste às regras consumeristas e sanitárias.
“Além das ações fiscalizatórias, o órgão pode intermediar os conflitos julgando individualmente as causas consumeristas, para reaver os valores de volta ou exigir a troca do produto adquirido”, destaca ele.
Riscos de consumo
O médico infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Robson Reis, ressaltou o risco de consumir alimentos contaminados.
“Existe até uma denominação que nós chamamos de Doenças Transmitida por Água e Alimento (DTA), elas podem ocasionar uma série de doenças, como as bacterianas, doenças virais, podendo ser até uma hepatite A, uma infecção por rotavírus, doenças por protozoários, entre outras", relata.
Entre os riscos está a infecção intestinal, na qual o paciente pode ter náuseas, vômitos, dor abdominal, assim como febre, desidratação, e a depender do grau da desidratação, até mesmo ao óbito.
Robson explicou ainda que nem sempre é possível notar que o alimento está infectado, mas em casos que seja visível é importante “observar se vai desenvolver algum sintoma, caso sim, procurar o serviço de saúde”.
O infectologista deu algumas dicas para tentar evitar ingerir alimentos duvidosos:
Quando em posse do alimento, verifique cheiro, coloração, consistência, e o sabor. Se notar alguma coisa diferente, é melhor desprezar o alimento
*Sob a supervisão do editor Pedro Moraes