Período de grandes mudanças para o corpo da mulher, a gestação pode causar muitas dúvidas e inseguranças, principalmente sobre a prática sexual.
Para acalmar os corações das futuras mamães e papais, o Portal MASSA! ouviu a especialista Aline Manta e esclareceu tudo sobre um sexo seguro e prazeroso durante a gravidez.
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Fisioterapeuta especializada em Saúde da Mulher e Uroginecologia, Aline Manta foi enfática ao desmentir a principal dúvida entre as ‘gravidinhas’: sexo durante a gravidez machuca o bebê?
“De forma alguma. Não tem nenhum impedimento [para a prática sexual], desde que estejamos falando de uma gestação saudável, sendo realizado o pré-natal adequadamente e que não tenha risco gestacional”, explicou.
“Normalmente, quando é uma gravidez de alto risco, a própria médica obstetra já orienta nesse sentido, se tiver algum risco relacionado a parto prematuro ou um risco de abortamento. Quando são identificados esses riscos maiores, a própria obstetra já orienta a paciente e a parceria a não realizar tanto as práticas sexuais, quanto exercícios físicos”, continuou.
A fisioterapeuta contou ainda que, além das restrições já listadas, não existe nada que impeça a frequência sexual do casal, a não ser que se manter ativa já não seja uma vontade da gestante: “Eu sempre defendo a prática sexual de acordo com o desejo de cada pessoa. Tem algumas gestantes que têm aumento da libido durante a gravidez, então aquele mito de que toda grávida perde a libido, enjoa do marido, não é 100% verdade”.
“Costumam ter alterações na libido, então algumas têm mais vontade, outras diminuem um pouco, muito relacionadas àqueles sintomas do início da gravidez: estar mais em indisposta, mais enjoada, vomitando muito… então às vezes essa indisposição diminui um pouco a libido, principalmente no início da gravidez”, esclareceu.
Benefícios em manter a vida sexual ativa
Durante o bate-papo com o MASSA!, Aline Manta destacou que a prática sexual ao longo das 40 semanas de gestação pode trazer inúmeros benefícios para o bem-estar da mulher: “[O sexo] Causa a liberação de hormônios que trazem o relaxamento, a felicidade, a cumplicidade com a parceria, reforçando um sentimento de intimidade que vai ser favorável física e emocionalmente”, disse.
Já sobre a teoria de que ‘fazer sexo durante a gravidez ajuda no parto, ela detalhou: “A gente sempre mantém essa mesma orientação em relação ao parto: se você sentiu vontade, mesmo que com a gestação mais avançada, lá no terceiro trimestre, não tem impedimento, não vai ter riscos e vai também trazer benefícios”.
Principais cuidados
Apesar de recomendado, o sexo durante a gravidez não deve ser feito de maneira desenfreada ou descuidada. A especialista reforçou que o principal ponto é estar atento ao conforto durante a atividade, inclusive ao tentar posições que antes poderiam até ser corriqueiras.
“A depender da fase da gestação, algumas posições já começam a ficar mais desconfortáveis. Algumas pessoas não conseguem ficar muito tempo de barriga pra cima, por exemplo, porque sentem falta de ar. Então, o ideal é achar uma posição confortável para não sentir essas queixas, como falta de ar ou dores na coluna. Encontrar uma posição confortável é fundamental, afinal de contas, o sexo é pra sentir prazer, não é pra sentir dor ou desconforto”, enfatizou.
Para tornar esses momentos ainda mais prazerosos, a ‘fisio’ deu uma dica de ouro: muita lubrificação. “Algumas pessoas têm diminuição da lubrificação durante alguns períodos da gravidez. É importante usar um lubrificante adequado, daqueles que a gente compra na farmácia mesmo, porém neutros. Eles ajudam a diminuir o atrito durante a relação penetrativa e vai evitando que se cause fissuras e sangramentos, que podem acabar predispondo a infecções”, falou.
Saiba a hora de parar
Identificar os sinais de perigo são ainda mais importantes, destacou Aline Manta. A profissional da Saúde da Mulher ressaltou que determinados indícios devem ser imediatamente sinalizados para a equipe multidisciplinar que realiza o acompanhamento do pré-natal.
“A gente tem que observar a presença de cólicas, de dores na região abdominal, sangramento, perda de líquido, alguns desconfortos no canal vaginal, como dificuldade de ter a penetração, penetração com ardência ou queimação. Corrimento também precisa da avaliação médica para ver se teve alguma alteração ali, uma infecção que precisa ser tratada… esses são sinais que precisam de uma avaliação antes de continuar mantendo essa prática sexual”, alertou.