O orgasmo sentido durante relações sexuais, que pode ser caracterizado por calor no corpo, prazer, satisfação e relaxamento, também pode ser sentido durante uma série de atividades física. O denominado coreorgasmo, pouco conhecido pela galera, acontece quando, durante um exercício físico, a pessoa tem a sensação de prazer sexual mesmo sem estar praticando o ‘vuco-vuco’.
É estranho pensar em ter um orgasmo sem precisar ter uma relação sexual. No entanto, o coreorgasmo ocorre como uma resposta fisiológica que vem do estímulo dos músculos do assoalho pélvico e da região da virilha, durante exercícios que envolvem o 'core'. Ao Massa!, a sexóloga e ginecologista Patrícia Nogueira deixou o tema esclarecido.
“O coreorgasmo acontece quando, durante a prática de atividade física, a pessoa tem a sensação de prazer sexual. Ou seja, ela alcança o clímax, o orgasmo. É um prazer sexual induzido por exercício físico, onde você tem o aumento da força dos músculos abdominais. Geralmente é um limite máximo, o sangue fica preso na região de pelve e a pessoa tem a sensação orgástica, então é uma prática relacionada à atividade física”, iniciou a sexóloga.
Sem ter o controle do coreorgasmo, a pessoa pode sentir o fenômeno de maneira mais leve até uma forma mais intensa. Segundo Patrícia Nogueira, na maioria das vezes é algo discreto, mas isso não é uma via de regra.
“O coreorgasmo pode ser de um nível leve até o nível mais forte, como qualquer orgasmo. Geralmente o que é relatado é que é algo muito leve e discreto. Ou seja, se tem alguém do seu lado, provavelmente essa pessoa não vai perceber que você está tendo essa sensação orgástica”, afirmou a profissional, em entrevista ao Portal Massa!
Apesar da maioria das pessoas sentir o coreorgasmo de maneira tranquila, tem quem sinta de forma forte. “Em algumas pessoas, ela pode ser mais intensa, a depender do grau de atividade física e do fortalecimento que você está fazendo ali. Então, pode sim ir de um nível mais leve até o nível mais forte”, completou Patrícia.
Atividades físicas para ficar de olho
Abdominais, pilates e yoga são os tipos de exercícios físicos que possuem chances de proporcionar um coreorgasmo durante a execução das atividades. Isso porque esses exercícios envolvem os músculos do core, na região abdominal.
“Essa pessoa que tem facilidade de ter o coreorgasmo vai ter uma facilidade com exercícios que envolvem o fortalecimento do core, como os exercícios abdominais, o pilates e a yoga. Por exemplo, a elevação de perna, suspensa, que eles chamam de cadeira romana, ou se você estiver no chão, você terá a elevação dos membros inferiores das pernas na posição deitado de costas. Toda vez que você estiver fazendo essa atividade, você vai estar prendendo mais sangue na pelve, da mesma forma no yoga, você pode ter a postura de barco, onde a gente percebe que a circulação também fica presa ali na pelve, então existe um aumento da pressão intra abdominal, esses músculos abdominais presos junto com os músculos do assoalho pélvico contraídos, faz com que o sangue fique preso ali na pelve”, esclareceu Patrícia.
De acordo com a sexóloga, o sangue preso na pelve gera o orgasmo em algumas pessoas. “Esse fluxo de sangue que ficou na região na pelve, nas genitais, vai gerar um estímulo para a região de clitóris e no homem na região da próstata”, concluiu a profissional.
Quem pode ter um coreorgamo?
Sabemos o motivo para ocorrer e os exercícios que são mais propícios para ter um coreorgasmo. Mas, afinal, quais são as pessoas que podem ter? Para desvendar a questão, a sexóloga explicou que homens e mulheres de todas as faixas etárias podem ter, no entanto, as maiores chances de ocorrer são em pessoas mais jovens.
“As pessoas mais jovens, elas têm a sua cadeia hormonal mais ativa, então você tem mais hormônio circulando, a força muscular é maior. O sangue também que está circulando ali, nas genitálias, tem mais quantidade em termos de volume e, realmente, os coreorgasmos podem ser maiores, mais intensos e mais frequentes nessa faixa etária de pessoas mais jovens”, esclareceu Patrícia.
Além disso, a profissional esclareceu que os jovens possuem características suficientes para ter uma tendência maior e até mesmo aperfeiçoar o coreorgasmo.
“O coreorgasmo envolve a liberação dos neuro hormônios, endorfina, dopamina, o fluxo de sangue que chega nessa pelve e também a força de contração dos músculos do coreo, dos músculos abdominais e também dos músculos do assoalho pélvico. Esse sangue preso nessa região vai favorecer ao coreorgasmo, então as pessoas jovens que têm mais musculatura forte, que têm mais neurohormônios circulando, hormônios sexuais circulando, vão ter uma tendência maior a desenvolver e até aperfeiçoar, se for o caso”, pontuou Patrícia
Por fim, a profissional destacou que o coreorgasmo pode acontecer em pessoas que possuem hábito de praticar atividade física devido à musculatura forte.
“Pode acontecer em todas as faixas etárias, principalmente se hoje em dia você observa que aquela pessoa faz atividade física há muitos anos. É mais comum, inclusive, nessas pessoas que têm essa musculatura mais forte, você promove um aprisionamento do sangue nessa região de genitais e de pelve inferior, o que vai combinar em algumas atividades físicas no coreorgasmo”, finalizou Patrícia
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