
Tomados por repressão e medo ocasionados pelas ações de terror realizadas entre facções criminosas durante uma guerra pelo tráfico de drogas, o povão de uma cidade no sertão do Ceará abandonou o local e buscar novos refúgios. Atualmente, o mesmo pequeno vilarejo de Uiraponga está tomado pelo crime organizado.
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Escolas fechadas, casas vazias e ninguém transitando nas ruas. Esse é o atual cenário do munícipio: vazio profundo, semelhante a cidades fantasmas vistas em narrativas de filme. A população, que antes alcançava cerca de 2 mil moradores, hoje se resume a apenas cinco famílias.
A situação saiu de controle quando duas das maiores quadrilhas locais cortaram seus laços - o Terceiro Comando Puro (TCP) Cangaço e Guardiões do Estado (GDE) - o que aumentou a sensação de insegurança dos moradores, que se encontraram em meio a um fogo cruzado, com marcas de balas nas casas, execuções em locais públicos e invasões agressivas.

Segundo o especialista em Segurança Pública, Wagner Sousa Gomes, ao portal O Globo, um dos fatores que contribuiu para o avanço criminoso foi a falta de efetivo policial na região. Além disso, as ameaças realizadas pelos bondes impedem que informações sejam vazadas.
Eles matam qualquer um que acharem que falou algo para a polícia ou que tenha se associado a algum inimigo. Sempre com tiros de calibre 12 na cabeça. Isso aterroriza tanto a população que ninguém se arrisca a falar
disse um agente que não quis se identificar
Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Ceará garantiu a atuação, ao lado da Prefeitura e do Ministério Público, “junto à comunidade para verificar os direitos civis que estão sendo violados e quais as principais necessidades, em especial, nas áreas de educação, saúde e moradia".