
Mulher, mãe e contadora. Essa era Laina Santana Costa Guedes, que morreu aos 37 anos, após ser brutalmente agredida com golpes de marreta desferidos pelo próprio companheiro, Ramon de Jesus Guedes. O crime aconteceu na noite desta terça-feira (19), no bairro Caji, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Ela foi sepultada na tarde desta quarta (20).
O crime, com requintes de crueldade, se torna ainda mais absurdo por ter sido cometido na frente de duas crianças: as filhas do casal, de 12 e 5 anos. A mais velha ficou ferida ao tentar defender a mãe e foi levada para a UPA de São Cristóvão e tem estado de saúde estável.
Para a TV Bahia, o tio da garota disse que tentou conversar com a menina para saber se houve briga entre o casal antes do crime, mas ela não soube explicar e ainda estava perplexa com todo episódio.
Leia Também:
Laina foi ferida a marretadas e arrastada até a varanda, onde pessoas que estavam na rua viam a cena, indignados. A contadora foi socorrida para o Hospital Municipal de Cajazeiras, mas não resistiu aos ferimentos.
Ramon tentou fugir pulando pela janela da janela do 4º andar do prédio. Mesmo ferido, ainda tentou se passar por morto, mas foi contido por moradores do condomínio. Em seguida, agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) levaram o individuo ao Hospital Menandro de Farias. Depois, ele acabou conduzido por policiais militares até a 27ª Delegacia Territorial (DT/Itinga). Segundo testemunhas, o agressor só não foi linchado pelos moradores porque a polícia impediu.
Denúncia
O Tribunal de Justiça da Bahia destaca as formas que uma mulher ou testemunhas podem denunciar uma agressão contra a mulher. "Se a violência está acontecendo em tempo real, a mulher ou qualquer outra pessoa que presencie a situação deve pedir ajuda telefonando para o 190, pois, em caso de flagrante, a Polícia Militar da Bahia pode entrar e intervir imediatamente. O serviço funciona todos os dias (24 horas) e a ligação é gratuita", ressaltou.
"A Central de Atendimento à Mulher, por meio do número 180, também oferece apoio contínuo, com a possibilidade de realizar denúncias anônimas e encaminhamentos para órgãos competentes e equipes psicossociais. Essa unidade, entretanto, não faz o acionamento imediato da polícia para ir até o local.
Além disso, se a violência já aconteceu, a mulher pode registrar uma ocorrência policial nas Delegacias da Mulher ou por meio da Delegacia Virtual, acessando www.delegaciadigital.ssp.ba.gov.br. Também é possível solicitar medidas protetivas de urgência no momento do registro da ocorrência ou com o auxílio de advogados ou defensores públicos", disse o órgão em texto publicado seu canal de notícias.